5ª sessão

– O que renasce dos escombros? Que poder têm as artes?

No dia das suas núpcias, jovens e resplandecentes, Cadmo e Harmonia tinham surgido em pé, sobre um carro puxado por um leão e um javali. Agora, os dois velhos expulsos de sua casa estavam sobre um carro puxado por dois bois e carregado de recordações. Quando o carro se pôs em marcha, os corpos de Cadmo e Harmonia colocaram-se lado a lado, e os Tebanos viram as costas dos dois esposos confundir-se nas escamas de uma só serpente. Cadmo e Harmonia afastavam-se, serpentes enlaçadas, de cabeça erguida.
Assim aparecem ainda hoje numa pedra que assinala o seu túmulo, “na margem das gargantas negras do rio da Ilíria”
Roberto Calasso, As Núpcias de Cadmo e Harmonia, 1988

Annette Messager, Certitudes-Incertitudes, 2019–2020

M’appropier des choses que me terrifient”

“Neste universo, há poucos sorrisos. Quem nele se move faz uma infinidade de encontros que o ferem. No entanto, não se morre nele. Se se morre, tudo recomeça.”
Henri Michaux

Dal giorno del mio ritorno a Positano vivo in assoluta solitudine, dedicandomi esclusivamente ai lavori della torre. Uso spesso la bacchetta da rabdomante e il pendolino da radiestesista, coi quali riesco a individuare la presenza di acqua sotterranea e di cavità nascoste nella roccia. I muratori, che mi considerano un mago, m’osservano incantati quando mi vedono usare quei magici strumenti. Sono convinti (ed io evito di smentirli) che con la stregoneria io possa smascherare i ladri, e punirli facendoli ammalare mortalmente.
Gilbert Clavel, 1924

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