4ª sessão
“Aura melancólica e o raio mágico da esperança”
– pintura e cinema, fantasia e realidade por processos simples.
Através de todas as notas
No sonho variado da Terra
Uma única nota suave
Pode ser ouvida por alguém que ouve furtivamente
Schlegel
O tecto fundo de oxigénio, de ar,
Estende-se ao comprido, ao meio das trapeiras;
Vêm lágrimas de luz dos astros com olheiras,
Enleva-me a quimera azul de transmigrar.
Cesário Verde
“Os irmãos Melvill, tão radiosos quanto o Sol, suplicavam ao astro que se pusesse num horizonte sem nuvens, que enviasse o seu último raio no fim do belo dia. E, alternadamente, ambos começaram a recitar poemas de Ossian”
(…)
Finalmente, apenas uma pequena porção do arco superior podia ser vista acima do mar.
– O Raio Verde! O Raio Verde! – exclamaram ao mesmo tempo o irmãos Melviil, a Sra. Bess e Partridge, que tiveram a visão, por um quarto de segundo, impregnada pelo incomparável reflexo do jade celestial.
Nem Olivier nem Helena viram o Raio Verde, que finalmente aparecera depois de tantas e infrutíferas observações, pois, quando o Sol dardejava os últimos raios do espaço, seus olhares cruzaram-se e, embevecidos, permaneceram em mútua contemplação!
Helena vira o raio negro lançado pelos olhos do rapaz, e Olivier, o raio azul que se desprendera dos olhos da jovem”
Júlio Verne, O raio verde, 1882