CURSO
Da natureza dos ambientes
Parafraseando Caeiro, é preciso “raspar a tinta com que (nos) pintaram os sentidos”, e seguir os vapores que rodeiam o espaço de onde tudo vem- a Natureza e a “atmosfera”.
Um Deus passeava-se pela brisa do fim de tarde; um monge budista expirava métrica em forma humana- cópia do que está ausente-; ritos xamânicos fundiam cosmovisões entre bichos, gente, mitos e anjos – a que Beuys deu forma artística; silêncios brancos na superfície da poética de Mallarmé actualizaram-se em novas passagens de fluxos ou febris performances em arenas de tinta.
Neste curso seguiremos uma Natureza onde os trilhos não têm plano, nem as pistas aprióris teóricos, num deambular artístico onde os sentidos são soberanos juízos (segundo Dufrenne) procurando recolectar (como Pessanha) preciosas “conchas, pedrinhas, pedacinhos de ossos”.
E deixar a pergunta anti-poétca: então qual a arte dos dejectos; o que renasce dos escombros?